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quinta-feira, novembro 18, 2021

São Martinho (de Tours) castanhas e vinho, fraternidade (exceto com os porcos) e muita arte

 









São Martinho de Tours não ficou conhecido por ter realizado um milagre, simm por ter realizado um ato fraterno. Aliás. protagonizou m ato fraterno entre classes, o que ainda hoje parece ser um milagre.

Santo muito popular mas tambem inspirador de muitas obras artísticas, vemos aqui algumas pintura que lhe são dedicadas.

Num dia muito frio, São martinho viu um pobre quase nu. Apiedado, o santo rasgou com a espada metade do seu manto e ofereceu-lho. Tendo ficado ele próprio um pouco exposto ao frio, como recompensa, o tempo aqueceu. 

O tempo quente nesta época, que os metereologistas, muito prosaicamente, atribuem a correntes quentes e anticiclones, chama-se verão de São Martinho e é ele mesmo um milagre que muitos de nós apreciamos, aqui em Portugal. 

Um milagre que gostamops de acompanhar com castanhas assadas, muito vinho e jeropiga, ou água pé... a caridade não parece ser uma tradição destes dias prolongdos, pois são vários os dias de temperatura amena.

Seguem aqui vários proverbioos relativo a a estes dias, enfatizando o facto de ser nestes dias que se abrem as pipas de vinho e que se abatocam: as rolhas (batoques) ficaram desde outubro ou setembro apenas encistados apra deixarem entrar o ar. Agora abatocam-se. Enfatizando a tradição de matar o porco por esta altura (agora, com ads arcas frigoríficas, mata-se emq aulquer altura, mas antigamente esperava-se que o frio do inverno, junatente com o sal das salgadeiras conservasse a carne. Sem mencionara s castanhas novas, que ficam boas nesta época.

· A cada bacorinho vem o seu S. Martinho.

· Em dia de S. Martinho atesta e abatoca o teu vinho.

· Martinho bebe o vinho, deixa a água para o moinho.

· No dia de S. Martinho, fura o teu pipinho.

· No dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.

· No dia de S. Martinho, mata o porquinho, abre o pipinho, põe-te mal com o teu vizinho. (sic.)

· No dia de S. Martinho, mata o teu porco, chega-te ao lume, assa castanhas e prova o teu vinho.

· Pelo S. Martinho abatoca o pipinho.

· Pelo S. Martinho mata o teu porquinho e semeia o teu cebolinho.

· Se queres pasmar o teu vizinho, lavra, sacha e esterca pelo S. Martinho.

· Veräo de S. Martinho säo três dias e mais um bocadinho.

Imagens

A primeira imagem: Pintura original de Giovanni Canova.

A segunda imagem: Escola de Domenico Ghirlandaio – Oratório de San Martino, Florença.

A terceira imagem : São Martinho e o Mendigo, de El Greco.

quarta-feira, agosto 08, 2018

Anti-provérbios: Guarda o que não presta, encontrarás o que não presta, etc.

O meu pai e a minha mãe gostavam muito de citar ditado populares, mas alterados.

Assim, o meu pai, um pouco agastado com a tendência da minha mãe para guardar coisas velhas,  tinha a sua própria versão do provérbio:
"Guarda o que não presta, encontrarás o que precisas"
Que era:

"Guarda o que não presta, encontrarás o que não presta"

Este, sim, uma constatação bastante bastante óbvia, ao contrário do ditados, provérbios e aforismos, que contrariam quase sempre o lugar comum.

Mas a minha mãe também tinha um muito bom. Em vez do muito corriqueiro "Quem sai aos seus, não degenera", dizia:

"Quem sai aos seus, não é de Genebra".

Não sei onde foi buscar este, mas creio que não o inventou, pois encontrou-o no Google. A não ser que se tenha vulgarizado a partir das pessoas a quem contamos, pois as anedotas são sempre inventadas por alguém.

Enfim, é bom conhecer gente criativa. Que até inventa anti-provérbios e aforismos.

sexta-feira, setembro 05, 2014

Em tempo de figos...



Foto 1: figos. Prato marca SPAL com poema de "Ode Marítima", de Fernando Pessoa




Foto 2: Figueira e nogueira com dois gaios. Existe noutro post deste blogue.



"Em tempo de figos, não há amigos" - ditado popular.
Começou o tempo dos figos. 
Nas esquinas das ruas de Campo de Ourique, aparecem, por esta altura, homens ou mulheres a vender figos de cor verde, pesando-os numa balança rudimentar, pois existem aqui muitas figueiras dessas.


Como vejo da minha janela uma carregadinha deles, aquela onde vi os gaios, fico com vontade de os provar. Peço meio quilo. Quando acho que já tem demais, digo, mas a senhora continua a encher o saco e responde:

- Depois conversamos.


Esta generosidade com os figos nem sempre existiu e bem ao contrário, como insinua o ditado popular já citado. Dado que os figos se podem secar e guardar todo o ano, constituíam uma das formas de matar a fome, em tempos de fomes que já lá vão. 


Daí estes outros ditados, do mesmo género:



Tinha um figo para dar ao meu amigo, mas vi-o, comi-o.
Uns comem os figos, a outros rebenta-lhes a boca.
Figo caído, para o senhorio; figo quedo, para mim.

E já agora, mais estes, de tipo diferente:
O figo, para ser bom, deve ter pescoço de enforcado, roupa de pobre e olho de viúva.
Ano de Figo temporão, ano de pão. (Deve ser este ano)

Acrescento aqui a palavra "Sicofanta"(de syko = figo), que tem uma origem grega interessante: como o figo era muito importante para a alimentação da Ática, era proibido vendê-los para outras terras. Sicofanta era o que denunciava os que vendiam figos. Ou o que denunciava os que roubavam  figos das figueiras sagradas. 

Eram grandes as penas para os sicofantas que dessem falsas informações, mas isso não os demovia, pois o ato em si também dava grande lucro. Daí que a palavra também possa significar pessoa caluniadora.

Enfim, é um termo erudito para significar delator, ou, usando termos menos próprios, "chibos" ou "bufos" :) Não gosta destes últimos? Então diga: sicofanta. 
Já que nunca disse...

Sobre a figueira: muitas vezes referida na Bíblia, desde a primeira vez, quando Adão e Eva, envergonhados da sua nudez, a ocultaram com as suas folhas, foi considerada árvore sagrada pelos antigos romanos, algumas eram também sagradas para os  gregos e ainda hoje é a árvore sagrada para as religiões de inspiração budista, já que foi debaixo de uma delas que o Buda obteve  iluminação, após vários dias de espera e de meditação.



Buda em meditação à sombra da figueira sagrada

domingo, fevereiro 05, 2012

Passos Coelho vai importar talibãs para imporem respeito

Acabo de ler O Menino de Cabul. Nele se conta que, nos jogos de futebol, em Cabul, havia talibãs armados de chicote para bater em quem se entusiasmasse e gritasse pelo seu clube.
É disso que precisamos. 
Alguém que reprima a alegria e o riso. Já agora, também podem obrigar os  homens a usarem todos barbas compridas, para imporem respeito às mulheres. 

Ninguém se vai rir deles, porque não pode.

E vamos todos acabar com os carnavais... 
Ditado popular: 
"A vida é um dia, o Carnaval são três"


(Não esquecer que há, neste momento, muita gente sem poder ver televisão, sobretudo pessoas de idade, para quem a televisão era o único entretém que tinham na vida. O outro, para os que viviam nas cidades, era andar de autocarro dos transportes públicos: também não podem. Encareceram de forma proibitiva.)


Get a Life, Passos Coelho, e deixa viver quem vive!

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Senhora das Candeias e Janeiro fora

Janeiro fora, mais uma hora

Quer dizer que o dia aumenta quando Janeiro acaba


Janeiro fora, mais um ano

Quer dizer que os velhos e adoentados que chegaram ao fim de Janeiro duram mais um ano, porque o pior do frio já passou (isto no hemisfério norte, claro).

Senhora das Candeias 2 de Fevereiro

Há uns anos, fui a uma missa de sétimo dia no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, neste dia.  Foi uma cerimónia linda, porque era a senhora das candeias. 

O padre benzeu a luz. Deitou água benta sobre a luz das velas. Uma outra colega de trabalho ofereceu-me uma vela. Apetece-me lá ir amanhã, para ver outra vez. Dá para imaginar como seria quando só havia velas e candeias para iluminar as trevas...

E descobri muitos provérbios, que já aqui coloquei, sobre a Senhora das Candeias.

«Se a Senhora das Candeias chorar, está o Inverno a passar; se está a rir, está o Inverno para vir.»
«Quando a candelária chora, o Inverno já está fora. Quando a candelária rir, o Inverno está para vir.»
«Se a candeia rir, está o Inverno para vir; se a candeia chora, o Inverno está para fora.»

A ideia é esta: se está sol nos dia da Senhora das Candeias, dois de Fevereiro, vem aí mau tempo, se chover, então já acabou o Inverno.


Conclusão: Vem aí o Inverno! Ui!


P.S.: A Senhora das Candeias tem a ver com o azeite, que dá luz e com a celebração da luz que começa a aumentar de dia para dia.

domingo, outubro 16, 2011

Os PIGS que paguem

O dinheiro das contas públicas, até agora, chegou para todos. Foi um fartar vilanagem, mas nós estávamos muito satisfeitos a gastar a parte que chegava para nós. Agora não chega.
Portugal é designado como pertencendo ao grupo dos Piigs (porcos) Portugal Irlanda Itália Grécia e Espanha. Esta designação é  a melhor maneira de combinar aquelas letras, mas também exprime a ideia de que os nossos problemas específicos derivam da corrupção. Digamos que os países do sul têm uma grande corrupção. Mas a Irlanda não é do Sul. Que têm todos estes países em comum? 
- A religião católica.
Será que a religião católica permite, ou até mesmo, fomenta a corrupção?

Agora vê-se para onde foi o dinheiro e é provável que os responsáveis acabem por ser responsabilizados. Há quanto tempo digo eu no blogue que é necessário meter na cadeia esta gente que tem estado no poder? Uma seguidora do Terra Imunda, que vive em França, diz que este blogue tenta agitar, acordar as pessoas... o título diz tudo, não?

Duas notícias fazem a actualidade neste aspecto (clicar por cima)

383 milhões em offshores


Vocês não achavam estranho que Sócrates estivesse sempre satisfeito e bem disposto, quando tudo corria mal? Talvez porque, para ele, isso significava que estava tudo ótimo?

Médico da Caixa ganhou 800 mil euros num ano


É claro que um médico da caixa não pode ganhar isto, mas, por que razão não foi detetado antes? Quantos mais haverá, em situações idênticas, médicos e outros de outras profissões? Para quem vai o dinheiro que agora nos falta? Tanta miséria em Portugal e tanta inexplicada riqueza! Que até faz questão de se exibir, mesmo em tempos de crise!

Há males que vêm por bem. É indigno que esta falta de moral em relação ao dinheiro seja uma norma no nosso país. E até há um ditado popular que o diz claramente:
"O dinheiro não tem cor".

sábado, outubro 01, 2011

Provérbios para a crise (continuação)

Guarda o que não presta, encontrarás o que precisas."

Como a minha mãe levava este provérbio um pouco à letra (Cuidado! Não levar à letra os provérbios), o meu pai inventou um novo:

"Guarda o que não presta, encontrarás o que não presta."

Este último parece mais verdadeiro, claro, mas também é verdade que hoje, que não no passado, se deitam fora coisas ótimas e se compram muitas outras em vez dessas. Uma senhora que trabalha em bibliotecas aconselhou-me a guardar as caixas dos sapatos para lhes retirar as tampas, para as meter entre os livros... numa biblioteca onde trabalho. "Graciosamente"...
- Ainda há caixas de sapatos? - Perguntei, espantada.
E não há dúvida que compramos caixas de papelão para substituir as embalagens que deitamos fora, etc... enfim. As que compramos são todas iguais, encaixam bem umas nas outras, mas, além de nos custarem dinheiro, custam energia. No mínimo.


Olá nova freguesa do blogue, uma brasileira chamada Cindinha. Suponho que veio cá para À procura de contos populares, não? Então, de posts sobre Fernando Pessoa?


Antigamente era tudo reciclado e reciclável. Agora vai tudo para o lixo.



terça-feira, setembro 27, 2011

Provérbios para a crise

Antigamente só havia crise. Muitos dos provérbios ensinam exatamente como lidar com a crise.


"Fui pedir ao meu vizinho e envergonhei-me. Fui para casa e rumediei-me [remediei-me]."


"Quem o alheio veste, na praça o despe."


(Quem se lembrar de mais, que os ponha aqui, como comment.)

"Guarda o que não presta, encontrarás o que precisas" - contra o desperdício.

"O trabalho do  menino é pouco, mas quem não o aproveita é louco"  - (Trabalho infantil?)

Sugerindo, talvez, a emigração:

"Há mar e mar, há ir e voltar"

E o indispensável saber:

"À terra onde fores ter, faz como vires fazer"

Que transmite a mesma ideia do aforismo:

"Em Roma, sê romano"


sábado, agosto 20, 2011

Provérbios descabidos

Há muitos provérbios, bem como expressões populares, que são descabidos, embora nós os usemos frequentemente, o que é curioso. É  curioso, pois muitos outros, mais sensatos, caíram em desuso há muito tempo, por se referirem a realidades que já nos são estranhas.
Os que refiro são corruptelas de outras frases, ou seja, alterações erróneas.


"Quem não tem cão caça com gato" - imaginem o que seria um caçador ir com o gato para o meio dos montes. A certa altura o gato deixava até de o conhecer e perdia-se, pois os gatos, quando estão a acerta distÂncia do dono, perdem o contacto e deixam de o conhecer. Então seria "Quem não tem cão caça como gato", ou seja, sozinho. Convenhamos que a primeira versão é muito mais gira. É absurda.


Aqueles dois gémeos são iguais, são a cara um do outro "cuspida e escarrada". Isto faz algum sentido, "cuspido e escarrado"? Nenhum. Há quem considere que é a corruptela de frase muito erudita: esculpido em Carrara. Mas existem opiniões diversas.
Esta parece natural, mas deriva de outra mais antiga: "Quem tem boca vai a Roma" era  "Quem tem boca vaia Roma", ou seja, critica a política de Roma. Neste caso passou a querer dizer outra coisa, pelo  menos na Europa, embora se utilize também no Brasil: podemos ir a Roma perguntando o caminho.

"Não páras quieto,  parece que tens bichos carpinteiros" - o que são bichos carpinteiros? Talvez seja melhor: "parece que tens bichos no corpo inteiro"

"Cor de burro quando foge" deveria ser, ou era, na sua origem "Corro de burro quando foge" .

Enfim, outros haverá, quem quiser pode acrescentar alguns como comentário.


quarta-feira, julho 06, 2011

"Dá Deus o frio consante à roupa"

Dá alguma vontade de rir ler as notícias de O Globo informando que, no Rio de Janeiro, tem havido uma vaga de frio, entre os 18 e os 20 graus.
Aqui em Portugal isso seria uma ameníssima Primavera e, em muitos países europeus, um Verão. 


Isto recorda-me um ditado popular português, dos muitos relacionados com a pobreza e que começam a ser esquecidos. Porque a pobreza começa a ser coisa do passado. 


"Dá Deus o frio consante à roupa".


Tradução: Deus dá o frio conforme (consoante) a roupa. Por exemplo, quem tem um casaco de peles tem frio e quem tem só uma camisolita rota,  também tem frio.
Às vezes, quem tem mais frio são os que têm mais roupa.
Neste caso do Brasil, a roupa é pouca, mas o frio não é nenhum, o que comprova o ditado.
Extraiamos daqui ilações filosóficas para outras dimensões do frio.


(P.S.: Para ver outros provérbios neste blogue, clicar nos links abaixo, aparecem os posts todos seguidos)

quarta-feira, março 03, 2010

Provérbios sobre o tempo - A Senhora das Candeias

Fiquei a saber hoje um novo provérbio ou ditado popular, que também é uma previsão do tempo (já tenho alguns por aí neste blogue, que também prevêem o tempo).
São três versões, a primeira foi a que ouvi, as outras tirei-as da net.
«Se a Senhora das Candeias chorar, está o Inverno a passar; se está a rir, está o Inverno para vir.»
«Quando a candelária chora, o Inverno já está fora. Quando a candelária rir, o Inverno está para vir.»
«Se a candeia rir, está o Inverno para vir; se a candeia chora, o Inverno está para fora.»
A ideia é esta: se está sol nos dia da Senhora das Candeias, dois de Fevereiro, vem aí mau tempo, se chover, então já acabou o Inverno.

Confesso que tenho sempre a impressão de que o que estes ditados dizem, tanto pode ser assim como ao contrário... o importante é fazer-nos lembrar ou saber que está tudo normal... que o tempo não mudou, ao contrário do que se diz.
Ora o grande drama é que esteve um tempo óptimo na Candelária, logo...

O meu avô também tinha uma previsão do tempo para o ano inteiro, baseado no tempo que fazia em certos dias, em que cada dia correspondia a um mês. Talvez os primeiros dias de Janeiro, mas não garanto que fossem esses. Enfim...

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Provérbios sobre o tempo: Janeiro Fora

Já aqui disse isto há uns anos, mas não resisto a repetir, por ser uma mensagem positiva e optimista.
Diz a sabedoria popular, num provérbio, que
"Janeiro fora, mais um ano".
Quer isto dizer que as pessoas doentes ou idosas que conseguiram viver até hoje, têm garantido, pelo menos, mais um ano, até ao próximo Inverno. Que o pior do Inverno já passou.
Que bom! Daí a pouco estamos no Verão.

domingo, julho 05, 2009

Roubar Também é Falta de Educação: se for pouco

Nalguns países, quem comete grandes crimes é preso e condenado. Como o Madoff, que foi condenado a 150 anos de cadeia. Terei lido bem? 150? Isso quer dizer que, se nós formos à USA, nos arriscamos a apanhar 150 anos de cadeia, para nem falar da pena de morte, se formos encontrados no sítio errado à hora errada e confundidos com algum criminoso(a). Ditado popular:


- Boa festa faz quem na sua casa fica em paz!


O nosso bom Marinho Pinto diz que é uma vergonha para Portugal este homem (Madoff) ter sido rapidamente condenado, quando aqui nunca se passa de suspeitas.


- Boa festa faz quem na sua casa fica em paz!
Como digo num anterior post, a única coisa em Portugal que não se pode admitir é a falta de educação: coisa de pobres e de pés rapados. Nada europeu.
Para tentar esquecer que há poucos anos, só há 1 ou 2 gerações, segundo o ponto de vista, éramos todos pobres e pés rapados. E em muitos países da Europa também. Ou quase todos. Mas os outros podem bem com isso.
Acusações, pequenos delitos, mania de criticar, é tudo falta de educação.
Só vão presos os que roubam carteiras nos autocarros: roubar os pobres é falta de educação: se for pouco.


Se for muito dá prestígio. E é sinal de boa educação. E de distinção e de classe. Somos roubados pelo Maddofes e pelos políticos portugueses e pelos banqueiros portugueses, enfim, pela rica élite portuguesa da nossa pobre sociedade portuguesa.


- Boa festa faz quem na sua casa fica em paz!

sábado, maio 24, 2008

Ver ou não ver

Curiosamente fui ontem ver um filme do género de "O Segredo", mas anterior, e ouvir falar sobre ele.
No último post, pergunto quantas coisas não deixaremos de ver por termos medo de ver - parecia que o filme respondia a esta pergunta.
É difícil fixar os pormenores, mas dizia que nós vemos 400 coisas e o cérebro só consegue processar 200 e não vemos aquilo que não estamos habituados a ver. Dava um exemplo: dizia que, quando Colombo chegou às costas americanas, os índios não conseguiam ver as caravelas porque não estavam preparados para as ver. Então, o xaman começou por notar que havia algo diferente na água, começou depois a ver as caravelas e convenceu os outros a verem-nas, o que aconteceu porque os outros acreditavam nele.

É claro que os fundamentos para estas afirmações são todos muito pouco claros, mas, como dizem os italianos:
Se não é verdade está bem apanhado (encontrado) ou
"Si non è vero è bene trovato" gosto desta frase, por não se preocupar nada com a verdade, mas sim com uma boa história, o que é quase sempre incompatível com a verdade.

Outro ditado popular italiano giro "O hóspede ao fim de três dias cheira mal" ("puzza") não vem a propósito, mas é interessante.

terça-feira, maio 20, 2008

Formigas

Como eu sou meia budista, enfim, não praticante...

Mas também não pratico outras coisas, desde antes de ter ouvido falar do Budismo: não gosto de matar bicho nenhum.

A senhora que faz as limpezas na minha casa tem um método muito bom, e creio que pouco conhecido, para correr com as formigas sem as matar.

É assim: deita-se vinagre no sítio onde elas andam. Só um bocadinho. Se cai em cima de alguma ela parece que morre logo, embora elas não se afoguem em água: às vezes fazem carreirinhos debaixo de água como se nada fosse. Não me perguntem porquê, só sei que já vi. Mas não creio que morram com o vinagre, pois não ficam vestígios nenhuns. Talvez fiquem só imóveis durante algum tempo.

Mesmo que o vinagre não caia em cima de nenhuma, elas vão-se todas embora. Não sei para onde. Sei que voltam quando houver alguma coisa doce por aí... mas é fazer o mesmo.


A propósito disto, lembrei-me de um ditado popular que também quer dizer que o vinagre repele:

"Não é com vinagre que se apanham moscas"

Isto quer dizer que se queremos que gostem de nós, devemos tratar as pessoas com doçuras. Também quer dizer que o vinagre repele os insectos...

Vem muita gente a este blogue à procura de provérbios.

domingo, abril 13, 2008

Provérbios sobre o tempo: Em Abril Águas Mil

Ditado popular "Em Abril Águas Mil".
Como faço anos em Abril, tenho notado que normalmente chove muito pouco em Abril, nem me lembro de chover no dia do meu aniversário, pois normalmente está um sol lindo.


É um daqueles ditados que nos lembram que aquilo que é raro, não deixa por isso de ser normal: às vezes chove muito em Abril...


É como aquele outro provérbio:
"Em Maio comem-se as cerejas ao borralho"


Quer dizer que em Maio costuma estar calor, mas se estiver frio, não nos preocupemos, porque às vezes acontece.


Estes dois ditados são muito importantes hoje em dia porque nós achamos que o clima mudou de forma catastrófica sempre que alguma coisa está diferente do esperado.


Afinal, as conversas sobre o tempo são úteis e necessárias...


(Para encontrar neste blogue outros provérbios, clicar na palavra abaixo. Tem muitos)

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Janeiro fora, mais um ano

Muitos de nós viveremos mais um ano, já que sobrevivemos ao terrível, gelado e mortífero mês de Janeiro.

Se pensarmos assim, sentiremos necessariamente o desejo de viver a vida mais intensamente.

Uma das maneiras de viver a vida mais intensamente é sentir mais intensamente. Por exemplo, o sentimento estético.

Contemplar a beleza e a variedade do mundo.

Para contemplar a sua variedade em directo é necessário viajar. Para contemplar a sua beleza basta andar uns passos e olhar.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Provérbios, ainda

"Quem não presta para comer não presta para trabalhar"
Este é um provérbio.
E eu até diria que não presta mesmo para nada.

Depois duma boa refeição, regada com um bom vinho, sinto-me reconciliada com os homens (incluindo as mulheres), com Deus, ou talvez com a Deusa e comigo mesma.
Sinto até vontade de agradecer. Mas a quem?

Afinal de contas,
"Morra Marta, morra farta"
e
" O que não mata, engorda"
Também se conclui, destes 3 exemplos, que muitos provérbios não rimam.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Provérbios sobre o tempo

"Ande o frio por onde andar
No Natal há-de chegar"


Dizem que o clima mudou, mas os provérbios populares antigos que se lhe referem batem sempre certo... só agora chegou o frio, mas também ainda não começou o Inverno.


Há este: "Em Maio, comem-se as cerejas ao borralho" querendo dizer que pode estar frio em Maio, embora normalmente esteja já muito calor.
"Em Abril águas mil" - querendo dizer que chove muito em Abril, quando é suposto só chover muito no Inverno.


Para ver mais, clicar no link abaixo. Aparecem vários posts a seguir a este.

domingo, abril 29, 2007

Em Abril águas mil

Curiosamente, chove torrencialmente em Lisboa, neste momento.
Nos últimos dias dum mês de Abril particularmente solar, que é o mês em que eu vi a luz do dia (eu e o Papa de Roma), dá-me prazer ouvir cair as grossas gotas no meu nadinha de telhado e estender as mãos para fora da janela, retirando-as cheias de água.
É um prazer estar vivo...
Este momento recorda-me um episódio da minha infância, mil vezes mais livre do que se a tivesse vivido entre quatro paredes, quero dizer, numa cidade.


O meu pai tinha uma gabardina velha que nunca usava e que estava para lá, a um canto.
Quando chovia torrencialmente, eu convencia os meus dois primos a irmos buscá-la, a deitarmo-la por cima da nossa cabeça e a irmos lá para fora correr. Lembro-me também de que nessa época chovia muito, naquele lugar.
Quando chegavam a casa deles, molhados até à alma, os meus primos apanhavam uma surra.
Eu não.


A Infância era o Jardim das Delícias!